A violência doméstica contra os homens é um tema negligenciado tanto pela sociedade quanto pelo sistema jurídico brasileiro. Não há estatísticas oficiais que retratem essa realidade, e os poucos estudos disponíveis carecem de visibilidade. Enquanto outros países caminham para tratar a violência conjugal como uma questão que independe de gênero, o Brasil mantém uma abordagem segregadora, limitando as possibilidades de denúncia para os homens e deixando-os em um estado de invisibilidade.
Fatores como vergonha, medo de julgamento e a percepção de que as leis não oferecem proteção equivalente fazem com que muitos homens não relatem as agressões sofridas. A diferença no tratamento jurídico é evidente: enquanto a Lei Maria da Penha estabelece medidas rigorosas contra homens que agridem mulheres, casos em que mulheres são agressoras frequentemente resultam apenas em Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCO). Essa disparidade evidencia a necessidade de ampliar o debate e de criar políticas públicas mais inclusivas, que reconheçam e protejam todas as vítimas de violência doméstica, independentemente de gênero.